Só a 19 de março, um mês depois da data anunciada (19 de fevereiro), é que será entregue o relatório da Comissão Técnica Independente que está a investigar as causas e consequências do fogo de 15 e 16 de outubro na Região Centro.
O esclarecimento foi feito pelo porta-voz da conferência de líderes da Assembleia da República, o deputado Duarte Pacheco (PSD), que acrescentou ter sido agendada para 28 de março a discussão sobre tema. A realização do debate foi proposta pelo PCP e “imediatamente consensualizada”, assinalou Duarte Pacheco na passada quinta-feira.
Antes, a 2 de fevereiro, a Assembleia da República aprovou por unanimidade, um projeto de lei, subscrito por PSD, PS, BE, CDS-PP, PCP e PEV, que determinou que o mandato da Comissão Técnica Independente termina a 19 de março.
De acordo com a exposição de motivos do diploma, “no decurso dos seus trabalhos, iniciados no final de dezembro de 2017, a Comissão Técnica Independente constatou a enorme multiplicidade e diversidade de situações, a grande dispersão geográfica daqueles incêndios e das suas consequências, o que, naturalmente, teve reflexos na sua atividade”.
“Acidente elétrico”
Mesmo antes da entrega formal do relatório, foi já avançada a informação de que o fogo que começou na Lousã, a 15 de outubro de 2017, foi causado “por um acidente elétrico de um cabo de alta tensão”, revelou Paulo Fernandes, investigador da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e membro da Comissão Técnica Independente. Terá sido na zona do Boque, ainda na freguesia de Vilarinho.
“Creio que bateu numa árvore ou uma árvore que tombou sobre um cabo”, disse o investigador a 17 de janeiro passado, à margem de um debate em Vila Real.
“Os fogos naturais sempre ocorreram e os fogos por acidente elétrico também, particularmente em dias deste tipo, com ventos. Voltou a acontecer em 15 de outubro, por exemplo: o fogo que se iniciou na Lousã, e é o maior de sempre em Portugal, foi causado exatamente por um acidente elétrico de um cabo de alta tensão, creio, que bateu numa árvore ou de uma árvore que tombou sobre um cabo”, salientou.
Os incêndios de outubro atingiram 27 concelhos da região Centro, provocando 46 mortos e cerca de 70 feridos, destruindo, total ou parcialmente, cerca de 800 habitações permanentes, quase 500 empresas e extensas áreas de floresta nos distritos de Coimbra, Aveiro, Castelo Branco, Guarda, Leiria e Viseu.
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