A realização do 23.º Encontro dos Povos da Serra da Lousã, no dia 13, sábado, dá o mote a um tributo a Kalidás Barreto, antigo colaborador do Trevim, depois da participação do investigador Mário Maia, que falará de jogos e brinquedos tradicionais.
Contabilista, sindicalista e dirigente associativo, Luís Maria Kalidás da Costa Barreto, de 86 anos, é reconhecido publicamente por iniciativa deste jornal, em especial pelo seu empenho na defesa dos valores culturais, naturais e históricos da Serra da Lousã e por ter estado na génese do Encontro dos Povos, em 1997. A ideia, aliás, surgiu de uma conversa em Coimbra, na primavera desse ano, durante uma jornada cívica, no Jardim da Sereia, em que participavam ativistas sindicais, académicos e outros cidadãos. Nesse projeto embrionário, além de Kalidás, um dos fundadores da CGTP, em 1970, e seu dirigente durante décadas, estiveram os jornalistas João Mesquita, já falecido, e Casimiro Simões, na época diretor doTrevim, e o tipógrafo Joaquim Pinheiro, também da Lousã, entre outros.
Há 22 anos, a organização do 1º Encontro dos Povos foi assumida, designadamente, pelos jornais Trevim (Lousã) e A Comarca (Figueiró dos Vinhos), a que se juntou o Mirante (Miranda do Corvo). Filho do intelectual goês Adeodato Barreto, Kalidás escrevia nos dois primeiros, onde divulgava um programa que se queria e quer multimunicipal. Além de ter publicado vários livros e outros trabalhos, maioritariamente sobre a Castanheira de Pera e a Serra da Lousã, o antigo provedor do INATEL integrou a Assembleia Constituinte, eleita em 1975, como deputado do PS.
O tributo ao antigo colunista deste jornal está marcado para as 10:45, no recinto do Santo António da Neve, após a intervenção, às 10:00, do investigador Mário Maia, que em abril obteve o grau de doutor pela Universidade de Coimbra com a tese “Jogos, emoções, cultura e educação física”. Mais uma vez, o professor de Educação Física da Lousã empresta ao Trevim material seu para que os foliões possam recordar alguns jogos de tempos idos.
Vindo de Tomar, como no ano passado, o ator e contador de histórias João Patrício associa-se à evocação de Kalidás Barreto. As danças e reconstituições do Grupo Etnográfico da Região da Lousã, liderado pelo tocador de concertina José Faria, são outros dos momentos mais aguardadas do programa, em que a Lousitânea – Liga de Amigos da Serra da Lousã também participa. Além do seu contributo para os jogos tradicionais, a Lousitânea promove a presença no local de artesãos do concelho de Góis. A associação presidida por Paulo Silva, que tem vários lousanenses nos órgãos sociais, vai confecionar no momento, entre outras iguarias, a “sopa serrana” e a filhó com mel, bem como o café à moda antiga.
Como em anos anteriores, a Câmara da Lousã disponibiliza um autocarro de 50 lugares para o transporte de pessoas, com partida às 08:30, junto aos Paços do Concelho, e regresso às 19:00. As inscrições terão de ser efetuadas previamente no balcão de acolhimento da Câmara. Os promotores do Encontro dos Povos incentivam a venda de comes e bebes e produtos da Serra da Lousã, como artesanato, mel ou plantas aromáticas. É vedado o acesso de viaturas às áreas onde se comem os farnéis. Também não é permitido o uso de aparelhagens sonoras.
Além do Trevim, integram a organização a Caperarte (Castanheira de Pera), a Liga de Amigos do Museu Etnográfico Louzã Henriques (Lousã), o Mirante (Miranda) e a Lousitânea (Góis).
Casimiro Simões
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