O primeiro-ministro, António Costa, anunciou na passada semana, em Serpins, a sua vinda a Miranda do Corvo para lançar concurso público para empreitada que permita dar continuidade às obras do Sistema de Mobilidade do Mondego, a instalar no antigo canal ferroviário do Ramal da Lousã.
“Dentro de muito pouco tempo, aqui virei a Miranda do Corvo para abrir um concurso, não para um estudo, não para um projeto, mas um concurso para a empreitada de realização da obra”, disse o Chefe do Governo, durante a cerimónia de inauguração de um novo pavilhão produtivo na EFAPEL.
“Conseguimos que a União Europeia aprovasse em dezembro último as condições financeiras que permitam fazer obra que permita assegurar um novo Sistema de Mobilidade do Mondego”, especificou, referindo-se à previsão de 50 milhões de euros para o projeto, na reprogramação do Portugal 2020.
António Costa referiu-se ao Sistema de Mobilidade do Mondego depois de instado a pronunciar-se por Luís Antunes, presidente da Câmara da Lousã. “A garantia dos fundos comunitários assumida pelo Governo é um elemento que veio reforçar a nossa confiança (…), mas “continuarei a falar no assunto sempre que o encontrar, pois só ficarei, só ficaremos satisfeitos, quando virmos os veículos a circular”, tinha referido o autarca anteriormente, no contexto da importância das acessibilidades para o interior.
Metrobus não convence movimentos de cidadãos
Em resposta a um pedido de reação proposto pelo nosso jornal, os movimentos de cidadãos mostram-se descrentes. O movimento “Lousã pelo Ramal”, associa esta “promessa” ao contexto eleitoral do ano, com eleições europeias e legislativas previstas.
Embora adiando para a próxima edição do Trevim um comunicado fundamentado, o Movimento de Defesa do Ramal da Lousã aponta várias reservas relacionadas com “desenvolvimentos recentes que merecem uma análise detalhada, dada a sua complexidade”. No centro das preocupações do movimento estão os estudos recentemente revelados no âmbito do processo de avaliação do impacto ambiental do agora chamado metrobus, antes BRT, onde se refere a necessidade de demolição e nova execução de plataformas das paragens e completa reconstrução dos tabuleiros das pontes existentes no Ramal da Lousã. Uma revelação que, segundo o MDRL, reforça “o absurdo” que representa a instalação de autocarros neste canal ferroviário, “como repetidamente tem alertado o prof. Manuel Tão, com o avolumar do grave desperdício de dinheiros públicos neste criminoso processo de destruição de um centenário ramal tão importante para a mobilidade da população da nossa região”.
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