A Câmara Municipal da Lousã celebrou o Dia Internacional da Mulher sentando à mesma mesa quatro mulheres cientistas, entre as quais a vereadora do Ambiente da edilidade Ana Ferreira, que moderou a sessão. As “Conversas Transversas” tiveram lugar na sala infanto-juvenil da Biblioteca Municipal, na sexta-feira, dia 8, e permitiram uma abordagem sobre a forma como as mulheres investigadoras nas áreas científicas se confrontam no seu quotidiano com as diferenças de género. “Se tens filhos por que não estás em casa a cuidar deles”, disseram, certa vez, à investigadora da Universidade de Aveiro, Helena Alves, doutorada em Química quando esta se encontrava na Holanda, num grupo de trabalho, onde era a única mulher com descendentes.
“Se em Portugal existem diferenças, no estrangeiro ainda é pior”, lamentou a cientista. Também Maria do Carmo Lopes, investigadora principal do IPO de Coimbra, contou um episódio ocorrido em França, em que ficaram estupefactos quando souberam que colaborava no Centro de Medicina Nuclear. “Mas as portuguesas não são só mulheres da limpeza ou porteiras?”…Também quando viajava com o seu orientador de doutoramento, era sempre considerada como “namorada” e não como fazendo parte da equipa de investigação. A Serpinense Marta Simões, doutoranda em Farmácia e investigadora na empresa “Bluepharma” num ramo preferencialmente dominado pelo sexo oposto, referiu convictamente que “as mulheres têm de trabalhar muito mais para serem valorizadas”.
Continua na edição impressa do Trevim n.º 1400
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