O corte de árvores de grande porte pelo tronco, na praia fluvial da Bogueira, por iniciativa da Junta de Freguesia de Foz de Arouce e Casal de Ermio, está a causar alguma indignação junto da população, tendo levado à subscrição de um abaixo-assinado. A primeira signatária, Maria do Carmo Lopes, professora na Escola Superior Agrária de Coimbra (ESAC) considera que “o abate de dezenas de árvores no rio Ceira”, provocou “danos no ecossistema ripícola, fauna e flora, instabilidade nas margens e um aspeto desolador na paisagem”. À conversa com o nosso jornal, a docente conclui que a autarquia local não tem “conhecimentos técnicos para fazer o que fez”.
Enviado a diversas entidades, a denúncia pede o apuramento de responsabilidades. “Exige-se um esclarecimento das autoridades públicas sobre a oportunidade técnica deste abate de árvores e uma firme atuação das entidades responsáveis, para impedir a continuação da destruição da galeria ripícola na área e alertam para que não seja autorizada a plantação de espécies exóticas no local e que sejam repostas as espécies nativas agora abatidas”, refere a contestação. Até ao fecho desta edição, ainda não tinha havido resposta por parte de nenhuma das entidades contactadas, entre as quais a Assembleia da República, o Instituto de Conservação da Natureza e Florestas e a Câmara Municipal da Lousã.
Uma decisão pensada
Henrique Lourenço, presidente da Junta de Freguesia de Foz de Arouce e Casal de Ermio, está convicto que o seu executivo terá tomado a decisão acertada. Uma decisão que foi alvo de discussão na reunião da assembleia de freguesia de dezembro último. Confessa que se sentiu pressionado para a tomada de uma rápida decisão relativamente às árvores, pelo facto de ter chegado uma vez à praia e ter-lhe sido reportada a queda para o leito do rio de uma ramagem de um plátano, enquanto banhistas se encontravam a tomar banho. “A pressão foi enorme, nós executivo estremecemos e levamos para a assembleia o parecer técnico, contudo também quisemos levar uma proposta nossa, que era um desbaste, em vez do corte radical”, salientou o autarca.
“Havia árvores a 30 metros de altura, imagine ramos a cair a 30 metros de altura, e atingirem alguém? Era um problema…”, alerta. “É um aspeto desolador, eu sei, mas para o ano garantimos que já temos algumas sombras”, assegurou. “Para o ano, estou convencida que já vão haver muitas ramagens, os plátanos rebentam com muita facilidade. Os amieiros que havia já estavam muito atrofiados, encontravam-se pendentes para o rio, agora podem rebentar normalmente”, disse, por seu lado, Sofia Antunes, Secretária do executivo, defendendo que a poda já deveria ter sido realizada há mais tempo. “Se ela tivesse sido feita de três em três anos por exemplo, as árvores não teriam crescido tanto”, observou.
Leia a notícia completa na edição impressa do Trevim N.º 1403
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