“Um defeito entre fases” numa linha elétrica de 15kV, gerida pela EDP, terá estado na origem do incêndio florestal que deflagrou dia 15 de outubro de 2017 no concelho da Lousã, perto da localidade de Prilhão, na freguesia de Vilarinho.
A conclusão resulta do relatório “Análise dos Incêndios Florestais ocorridos a 15 de outubro de 2017”, elaborado por uma equipa de 14 especialistas do Centro de Estudos sobre Incêndios Florestais da Associação para o Desenvolvimento da Aerodinâmica Industrial (CEIF-ADAI) da Universidade de Coimbra, sob coordenação de Domingos Xavier Viegas, diretor da entidade.
O documento, tornado público no dia 28 de fevereiro pelo Ministério da Administração Interna (MAI), aponta para a queda de um pinheiro localizado na proximidade da linha que, “ao cair sobre dois dos três condutores, terá produzido a sua oscilação e despoletado a descarga entre fases”.
A zona apresentava “uma gestão de combustíveis aceitável, no entanto, numa área relativamente próxima deste local, tanto sob a linha, como na área adjacente, o terreno apresentava uma carga de combustíveis elevada”, explicam os investigadores sublinhando que “a queda de uma árvore da envolvente que pudesse afetar a linha, não terá sido devidamente acautelada por parte da entidade gestora da estrutura elétrica”.
Em comunicado à rádio TSF, a EDP diz estar ainda a analisar o documento, contudo afirma ter constatado que a “linha de média tensão não apresentava qualquer risco e estava assegurada uma adequada gestão das faixas de combustível”. A empresa sustenta as declarações feitas em março do ano passado face ao relatório da Comissão Técnica Independente, entregue no parlamento, que denunciava o não cumprimento do regulamento de segurança das linhas elétricas.
“A informação disponível pela EDP Distribuição, referente ao comportamento das linhas elétricas nos dias em que ocorreram os incêndios em outubro de 2017, permite afirmar inequivocamente que não ocorreu qualquer incêndio associado a queda de árvores sobre a rede na zona da Lousã”.
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