A ligação entre a gestão da informação, a gestão política e a gestão dos Meios de Comunicação é por vezes
caracterizada como uma gestão empresarial e política, contrariando aquilo que deve reger a atividade jornalística: a visão não de um grupo de interesses políticos, económicos ou sociais, mas que vise a Opinião Pública,
uma sociedade, uma comunidade e a importância que a informação detém como um dos principais poderes em
todo o mundo.
Estruturas políticas, políticos e dirigentes partidários utilizam, muitas vezes, os Órgãos de Comunicação Social para fazerem a gestão das suas linhas partidárias, das suas doutrinas e do que pensam ser o melhor para determinada comunidade ou, indo um pouco mais longe, para determinado partido político. Neste contexto, qual será a melhor forma de fazer essa gestão? Como é que um jornalista, assim como uma redação, faz a seleção e hierarquização das notícias?
Uma tarefa que parece simples e de fácil execução, apresenta os condicionamentos que estão associados à
atividade do jornalista, como:
- – O que é um acontecimento?
- – O que é relevante?
- – O que é de interesse público?
- – O que é o mais importante numa agenda?
- – O que é real e objetivo?
Todas estas questões se associam e ligam, não existindo propriamente uma solução. Aqui cabem ao jornalista
e às Redações primarem pelo bom senso, saberem avaliar o que é a sua opinião e o seu interesse acerca do que é o
interesse da Opinião Pública e da Comunidade e organizar o seu dia a dia e da Redação, tendo em conta todos estes aspetos fundamentais para que se possa prestar um bom serviço informativo ao que se chama de Opinião Pública.
É sabido que, em geral. o Poder Político pretende usufruir de uma boa relação com os Órgãos de Comunicação Social e consequentemente com os profissionais que estão associados a esses meios, por forma a divulgarem a informação pretendida, podendo existir, por vezes, tentativas de facultar informações com determinado objetivo.
O nosso jornal, o Trevim, cultiva a proximidade, procura ser útil a quem o lê, pretendendo estimular ou pelo menos conservar, os laços identitários, culturais e históricos do nosso concelho e zonas limítrofes. Sabemos que, desde sempre, a imprensa tem sido associada a um forte instrumento de utilização política que, no nosso caso, procuramos contrariar. Somos, neste capítulo, um meio de divulgação de notícias, não sendo um meio para transmissão de campanhas ou de mensagens políticas, venham de onde vierem.
Procuramos participar no aprofundamento da democracia local atentos como estamos aos tempos atuais, em que o papel promotor dos governos locais deve consistir, essencialmente, em estimular e orientar as energias das populações para o bem-estar coletivo e a convivência cívica. Reconhecendo que a comunicação local, integrada em processos sociais de mediação social, pode contribuir decisivamente para uma participação política mais ativa, ao serviço das populações.
Fortunato de Almeida
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