Há quanto tempo está a Cooperativa a trabalhar no processo de compra da sede?
A ideia surgiu no mandato anterior, decorrendo do facto de o senhorio a ter colocado à venda. Face a essa situação fizemos o estudo económico para a aquisição, contactando instituições bancárias de modo a conseguir o respetivo financiamento. Portanto, todo o processo demorou cerca de ano e meio.
Quem esteve envolvido no processo?
Para além da Direção da Cooperativa, foi necessário envolver a Assembleia Geral e o Conselho Fiscal, pois este passo obriga a diligências legais que é necessário respeitar.
De quanto foi o investimento?
Foi de quarenta mil euros, mais custos de legalização.
Recorreram a meios financeiros próprios ou crédito bancário?
Tivemos de recorrer ao crédito bancário, atendendo aos parcos recursos da Cooperativa.
Existiu algum tipo de apoio financeiro na base desta aquisição?
Para além do crédito bancário, a aquisição contou com verbas angariadas no âmbito da comemoração dos 50 anos do Trevim. Verbas essas que, não sendo de montante elevado, foram contudo importantes, nomeadamente como reforço positivo, pois este estímulo permitiu demonstrar a força, a unidade e solidariedade dos amigos do Trevim, que sabem e querem estar presentes quando é necessário.
A situação financeira da cooperativa suporta esses novos encargos?
Claro que essa foi a questão fundamental…, nesse sentido procurámos encontrar uma solução de financiamento que não alterasse significativamente o valor que se pagava de renda. Só com essa premissa satisfeita avançámos para a referida aquisição.
Não existe receio de novos compromissos que necessitem de recurso ao crédito, face à situação de crise da imprensa escrita, em particular dos jornais locais?
É do conhecimento de todos que a imprensa escrita tem vindo a perder terreno face a outros meios de informação, nomeadamente em relação àqueles que utilizam sistemas mais mediáticos e de atualização ao segundo.
No entanto, é necessário não esquecer que o Trevim é um jornal de âmbito regional que, como tal, aborda essencialmente questões de proximidade e esse é um espaço que dificilmente será ocupado por outros meios de informação.
Por outro lado, a atual Direção da Cooperativa procurou encontrar uma nova equipa redatorial para o jornal, que irá investir na captação de novos leitores, em diferentes abordagens dos temas e também ao nível das plataformas digitais. Perante este cenário de intenções e compromissos, parece-nos ser sustentável e sensata a decisão da compra da sede.
Tratando-se de uma cooperativa cultural, instituição de utilidade pública sem fins lucrativos, está previsto obter algum apoio por parte do Município? E do Estado? E de particulares ou entidades privadas?
Como já referi, a Cooperativa conta com todas/os amigas/os para a superação de eventuais dificuldades e nesse sentido está prevista a realização de iniciativas solidárias, como a que se fez com o leilão de quadros, que permitam a angariação de verbas que, por um lado minimizem riscos de tesouraria e, por outro, facilitem a concretização de algumas obras que melhorem a visibilidade e a funcionalidade da sede.
De facto, embora seja considerada entidade de utilidade pública sem fins lucrativos desde 1988, a única vantagem disso foi a isenção de pagamento de IMT e de imposto de selo relativamente à aquisição do imóvel. De facto não contámos com qualquer ajuda da Autarquia ou do Estado.
Leia a entrevista completa na edição impressa do Trevim N.º 1406
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