Chegou ao fim “O Caso da Custódia Roubada”, a banda desenhada que o Trevim foi publicando ao longo das suas edições e que tem como protagonista Jonas o Reguila. Falámos com o seu autor sobre o que vem a seguir. “Para já, o Jonas vai tirar umas merecidas férias, para, oportunamente, voltar para mais uma aventura”, revela Carlos Sêco que, neste jornal, também assina a rubrica “Humor a Sêco”.
Para o desenhador não há preferências: “o cartune e as histórias aos quadradinhos são duas linguagens distintas, mas que se complementam”, embora a segunda seja mais desafiante. “Na banda desenhada, visto a pele do realizador e é como se de um filme se tratasse. Tenho o controlo de tudo: instruo as personagens, escrevo os diálogos, escolho o guarda-roupa e os cenários, trato da iluminação e, página a página, vou contando a história”, esclarece o desenhador que, ainda criança, se apaixonou pela 9.ª arte, ao descobrir o Tintin. Instantaneamente, Hergé, o seu criador, tornou-se uma referência para Carlos Sêco e não é de estranhar a vasta coleção de livros e outros objetos que o artista lousanense possui à volta do famoso repórter belga e do seu autor.
Mas há outras influências. O pai de Jonas o Reguila explica que na sua criação “há também um pouco de Tom Sawyer e de Conan, o rapaz do Futuro, personagens dos desenhos animados que me acompanharam na adolescência”. Curiosamente, “o Jonas é igualmente inspirado no meu filho, apesar de ele ter nascido depois”.
O rapaz das sardas descansa, mas o seu autor prepara o livro que reúne os vários episódios que foram publicados no Trevim. “Se tudo correr bem, o primeiro álbum de Jonas o Reguila será uma realidade em finais de novembro”, revela, adiantando algumas particularidades: “o leitor vai poder interagir com o Jonas, usando o smartphone, para além de a história ser o mais acessível a todos, especialmente àqueles que têm necessidades educativas especiais”.
Inspirado na Lousã, com os olhos no mundo
Quem acompanhou “O Caso da Custódia Roubada” no Trevim há de ter identificado alguns lugares, achando-os familiares. Carlos Sêco esclarece que, “embora não seja feita nenhuma referência expressa à Lousã, a maior parte dos cenários é inspirada na vila serrana”. Mas não se fica por aqui: “uma das personagens, o prof. Fisális, é diretamente inspirado no lousanense Álvaro Viana de Lemos”, sem falar no facto de que “é verdadeiro o facto de, na Lousã, na sequência das Invasões Francesas, uma custódia ter sido roubada”, acrescenta o autor de BD, “com a diferença de, na minha história, o precioso objeto ser recuperado”. E será que o Jonas é lousanense? O seu pai “espiritual” é categórico: “além de ser da Lousã, quero que seja universal”.
Jonas o Reguila nasceu em 2001, ao aparecer na “Gazeta Júnior”, jornal criado na EB1 com JI de Santa Rita. Passou logo depois para as páginas do “Gatafunho”, publicação do Agrupamento Álvaro Viana de Lemos, até se fixar no jornal Trevim, onde começou por integrar o suplemento infantil “Mundo Reguila”.
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