CTT da Lousã admitem “constrangimentos pontuais”
O atraso na entrega de correspondência pelos CTT continua a ser motivo de descontentamento para muitos, havendo casos reportados no concelho de faturas que chegaram às caixas de correio já fora do prazo de pagamento.
Fonte oficial dos CTT confirmou ao Trevim, em resposta a um pedido de esclarecimentos, “a existência de alguns constrangimentos pontuais na distribuição de correio e encomendas no concelho da Lousã, devido sobretudo à existência de algum absentismo bem como dificuldade no recrutamento na área”.
Por outro lado, segundo diversos residentes, tais atrasos não são meramente pontuais, sendo habitual o correio chegar fora de horas e a distribuição ocorrer apenas duas vezes por semana em determinadas zonas do concelho. Em resposta, os CTT asseguram que esta “é feita diariamente, de acordo com a prioridade dos produtos e respetivos padrões de qualidade”.
Embora tenha confirmado a falta de funcionários e dificuldades no recrutamento na área, a mesma fonte não esclareceu ao Trevim quantos carteiros estão atualmente ao serviço nem se tal número é suficiente para uma distribuição plena e atempada.
A empresa disse estar “empenhada na resolução deste problema pontual, esperando ter a operação normalizada e resolvida o mais brevemente possível”, procurando “alinhar as necessidades de recursos humanos ao tráfego existente [e] visando a maximização da qualidade de serviço e a garantia da qualidade”.
Referiu também que, durante o período da pandemia da covid-19, os CTT “continuaram próximos da população, recompondo as suas operações e as suas equipas para garantir a prestação continuada dos seus serviços e mantendo uma elevada intensidade de contratação de trabalhadores”.
Desde abril, os CTT estão “a reforçar as suas equipas, a maioria dos quais em funções de carteiro”.
Recorde-se que a Empresa Intermunicipal de Ambiente do Pinhal Interior Norte (APIN) contratou com os CTT o atendimento aos consumidores do concelho, na loja da Praça Cândido dos Reis.
Neste local, passaram a ser tratados diversos assuntos, como contratos, leituras, pagamentos e outras situações relacionadas com o fornecimento de água, tratamento de águas residuais e recolha de resíduos sólidos urbanos.
ANACOM obriga CTT a reduzir preços
Em 2019, de acordo com um relatório da ANACOM, a autoridade reguladora das comunicações postais e das comunicações eletrónicas, os CTT não cumpriram nenhum dos objetivos de desempenho fixados para os 24 indicadores que avaliam a qualidade do serviço prestado.
A reguladora decidiu aplicar o mecanismo de compensação previsto na lei, associado ao incumprimento dos referidos indicadores, reduzindo os preços.
Segundo divulgou a ANACOM, a variação máxima de preços permitida para 2020, para os serviços de correspondências, jornais e encomendas, é deduzida em 1 ponto percentual e os preços do correio normal em quantidade devem baixar 0,31%.
O contrato de concessão dos CTT para serviço postal universal termina em dezembro.
Atrasos na entrega do Trevim
No que respeita aos atrasos no serviço de distribuição dos CTT, também o Trevim tem sido prejudicado.
De acordo com o que estipula aquela entidade, o prazo para a entrega de correspondência editorial com periodicidade quinzenal, em que se inclui este jornal, é de três dias úteis.
No entanto, segundo as queixas de vários assinantes, tal não costuma acontecer.
Ainda na edição passada, publicada a 27 de agosto, um assinante do Trevim que vive na Suíça afirmou, nas redes sociais, ter recebido o jornal dentro do período normal, primeiro do que alguns residentes na Lousã.
Em Portugal, o prazo para entrega de correio editorial, incluindo jornais, é diferente consoante a sua periodicidade.
Publicações diárias e semanais devem ser distribuídas em cerca de um dia útil em Portugal Continental, enquanto que as restantes, como jornais quinzenários e mensários, terão de chegar ao destino em cerca de três dias úteis.
Sendo o Trevim publicado duas vezes por mês, à quinta-feira, os CTT têm até a segunda-feira seguinte para fazer a entrega.
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