O Trevim assinalou 55 anos de publicação no dia 8, retomando um encontro de colaboradores, amigos e dirigentes da Cooperativa interrompido nos últimos anos devido, sobretudo, à pandemia da covid-19. Numa tarde de sol, o convívio anual do jornal da Lousã, criado em 1967, decorreu debaixo dos frondosos castanheiros no espaço ao ar livre da Filarmónica Lousanense.
Lançando o debate entre os presentes, o diretor Fortunato de Almeida enumerou as atuais dificuldades da imprensa regional e local, que também afetam o Trevim. A lista inclui a redução do número de assinantes e a falta da publicidade institucional, bem como “as dificuldades criadas pelos CTT na distribuição”.
Ao longo da sua existência, o jornal “tem desenvolvido a sua ação, centrada em questões de âmbito local, nas mais diversas formas de interesse público”, salientou Fortunato de Almeida, um dos fundadores do jornal que teve Pedro Malta como primeiro diretor, durante 22 anos, cargo que veio a ser assumido também por Casimiro Simões, João Silva, Carlos Seco e Hélder Martins.
Neste contexto recordou os que “têm servido voluntária e dedicadamente a Cooperativa Trevim e o jornal”, desde logo os que já partiram, com destaque para António Neves Ribeiro e João Poiares da Silva, dois dos sete fundadores desta “voz nova para uma Lousã renovada”.
À semelhança de anteriores encontros, a festa de aniversário constituiu uma oportunidade para uma reflexão sobre as dificuldades do presente e perspetivas de futuro deste “projeto cooperativo de informação e cultura”, que emprega três pessoas e conta com a colaboração de diversos voluntários. Respondendo ao desafio do diretor, intervieram depois muitos dos presentes, incluindo Carlos Sêco, Osvaldo Rosa, Casimiro Simões, José Avelino, Orlando Reis, José Manuel Sequeira, Costa Brites, Celeste Garção, Mário Sol, José Sequeira.
Para fazer face às “acrescidas dificuldades”, foi preconizada “uma gestão de base profissional na cooperativa proprietária do Trevim”, à semelhança de instituições congéneres, um caminho que já é seguido há vários anos na redação e na área administrativa e comercial.
A declamação de poesia, por António Bastos e José Quaresma, e a música popular apresentada pela jovem Filipa Correia, tocadora de concertina, proporcionaram aos convivas momentos de cultura e boa disposição que se prolongaram até ao início da noite. Os participantes tiveram direito a uma lembrança, constituída por quatro livros recentemente editados pela Cooperativa, o jornal dos 55 anos e um certificado de presença.
Novos assinantes e mais publicidade para equilibrar agravamento de custos
Em várias intervenções foi realçada a necessidade de novos assinantes e mais publicidade, para assegurar o equilíbrio financeiros na edição do jornal, agora mais difícil face ao grande acréscimo (mais 18%) nos encargos de impressão. Quanto à publicidade institucional, foi revelado que vários organismos do Estado ignoram os jornais locais, como o Trevim, como tem acontecido em recentes campanhas para promoção de eleições, “Portugal Chama” e “Aldeia Segura”. Neste âmbito foi ainda recordado que o município da Lousã continua a ignorar a lei que determina a publicitação das deliberações na imprensa local, ao contrário de muitas outras autarquias, como sucede nos concelhos vizinhos de Coimbra, Góis e Miranda, que dessa forma apoiam também os jornais ali editados.
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