Em 2020 a ONU declarou 2021 o «Ano Internacional para a Erradicação do Trabalho Infantil», tendo como objectivo erradicar o tráfico laboral de seres humanos menores e a escravidão moderna. Esta declaração, que é apenas uma intenção, mais não é que a tentativa de maior consciencialização para a existência deste mal humano, procurando eliminá-lo.
Segundo aquele organismo, em 2016 havia 152 milhões de crianças e adolescentes de 5 a 17 anos em situação de trabalho infantil no mundo. Desse total, 10 milhões estão submetidas a situações de escravidão.
O trabalho infantil é uma realidade que existe por múltiplas razões, umas lógicas, ao olhar de uma cultura ou de uma necessidade, outras por pura maldade e exploração esclavagista do ser humano, com todas as suas subtilezas políticas ou economicistas, nuances que os senhores do poder sempre conseguem atirar aos olhos da sociedade.
Segundo os estudos da ONU, os principais factores são: pobreza e baixos rendimentos da família / baixa escolaridade dos pais, sendo por vezes eles os principais exploradores / a grande quantidade de filhos para alimentar / a má qualidade da educação oficial / a busca de mão-de-obra barata pelos empresários / falta de fiscalização governamental.
Nesta exposição procurámos dar voz aos artistas e mostrar os testemunhos de como os caricaturistas vêm este problema, segundo cada enquadramento geográfico e cultural, para podermos ter uma perspectiva global. Para melhor ilustrarmos esse problema, de uma forma crítica / humorística / onírica ou filosófica, convidámos mais de duas centenas de artistas dos cinco continentes para denunciarem, como só eles sabem.
Diferentes foram as perspectivas dos participantes, talvez mais suaves do que esperaríamos. Vejamos como os artistas retrataram este problema, ficando assim o alerta, o nosso apoio na campanha da ONU pela erradicação do trabalho infantil no mundo.
Índice de artistas por países:
Afeganistão — Shahid Atiqullah / Albânia — Klodian Bezhani / Alemanha — Steffen Jahsnowski-herschel / Argentina — Jorge Meijide, Kappel, Lawry, Omar Perez / Bielorússia — Vitaly Bondar / Bósnia-Herzegovina — Resad-Sultanovic / Brasil — Carlos Amorim, Lailson de Holanda, Silvano Mello, Ronaldo Cunha Dias / Bulgária — Valentin Georgiev / Chile — Pepe Pelayo / Chipre — Musa Kayra / Colômbia — Elena Ospina, Guaico / Costa Rica — Ferrom (Ferreol Muriel) / Cuba — Ramses Morales, Volland (Roberto Castillo) / Egipto — Dina Abdelgawad Shosha / El Salvador — Carlos Ruiz / Espanha — David Vela, Kap (Jaume Capdeville), José Malagon, Xaquin Marin / Filipinas — Kristoffer Tolentino / India — B. V. Panduranga Rao, Nath-Paresh / Indonésia — Agus Eko Santoso, Agus Widodo, Darsono / Irão — Ali Ghanaat, Salar Eshratkhah, Sepideh Aghaei / Iraque — Qasim Ahmed Qapapan / Itália — Gio, Mariagrazzia Durante / Kosovo — Imri Muslin / México — Gerardo Barba / Myanmar — U Nyan Myint / Nicarágua — Pedro Molina, Wilber Chevarria Centeno / Perú — Walter Toscano / Polónia — Izabela Kowalska-Wieczorek, Jacek Majcherkiewicz / Portugal — António Gaspar, Hermínio Felizardo, José Monginho, Luís Costa, Mário Teixeira, Ricardo Ferreira, Rui Pimentel, Santiagu (António Santos), Onofre Varela, Zé Oliveira / Roménia — Liviu Stanila, Mihai Gabriel Boboc, Mihai Ignat / Rep. Pop. China — Cai Weidong, Jia Ruiju, Li Buyi, Li Kui Jun, Li Wei, Quing Yan, Weng Lifeng, Yang Liangyi, Yang Lijie, Yu Shin-sun / Rússia — Aleksei Kivokurtcev, Igor Ivoilov, Igor Smirnov, Sokolov Sergey, Victor Skopintsev, Vladimir Vasiliev / Sérvia — Mileta Miloradovic / Turquia — Ayten Köse, Duru Çiftçi, Dinildomar de Moura, Ilker Mansuroglu, Kaan Özcal, Mehmet Zebe, Menekse Çam, Mustafa Yildiz, Oguz Gurel, Sahin Beki, Said Cosa / Ucrânia — Leonid Storoshuk, Vitaliy Levitsky / Uzbequistão — Makhmudjon Eshonkulov / Vietname — Huey Nguyenhuu
Programa do dia 12, domingo — Miranda do Corvo
Pelas 11 horas, inauguração da exposição «Erradicação do Trabalho Infantil» (Casa das Artes). Pelas 14:30, sessão de caricatura na praça José Falcão, até às 17 horas.
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