Colaboradores, amigos e dirigentes do Trevim reuniram-se, a 5 de Outubro, para comemorar os 56 anos do jornal numa tarde de confraternização e partilha, na sede do Rancho Estrelinhas da Ponte do Areal, assinalando também os 113 anos da implantação da República.
No encontro, recuperaram-se as estórias da criação do jornal, a 1 de outubro de 1967, com menção às amarras da censura numa publicação que nasceu “para dar guarida às vozes da Lousã, para que as pessoas interviessem na discussão dos problemas”, recordou Pedro Júlio Malta, presidente da assembleia geral da Cooperativa Trevim, que esteve na fundação do jornal com José Luís Duarte, João Poiares da Silva (falecido), António Neves Ribeiro (falecido), Fortunato de Almeida, atual diretor, Rui Fernandes e José Redondo.
Desse grupo, os fundadores Pedro Malta, Rui Fernandes e José Luís marcaram presença na comemoração, em que participaram cerca de 40 convivas.
“Celebramos hoje uma obra informativa plural que, quinzena após quinzena, envolve três trabalhadoras do quadro da instituição, dezenas de amigos e outros colaboradores”, disse o jornalista Casimiro Simões, ao usar da palavra na qualidade de presidente da direção da Cooperativa Trevim.
Esse conjunto de obreiros foi, aliás, também destacado por Pedro Malta, que fez especial referência à figura dos correspondentes, “alavancas para o desenvolvimento do jornal e que faziam a cobertura das freguesias com grande capacidade moral e literária”.
A celebração do 56.º aniversário foi oportunidade para recordar “muitas alegrias e vitórias, incluindo em processos judiciais que tivemos de enfrentar nos anos de 1990”, salientou Casimiro Simões, vendo no Trevim de hoje “um jornal orgulhoso do seu percurso, que queremos independente, rigoroso, humano, cooperativo e de permanente abertura à sociedade lousanense, procurando também acompanhar, embora com algumas limitações, o que é mais importante nos concelhos vizinhos”.
Numa abordagem aos desafios da imprensa local e ao futuro do Trevim, foi aberto o debate aos presentes, que partilharam contributos e ideias para diferenciar o periódico da Lousã de outras publicações e abrir as suas páginas a novos públicos.
A informação rigorosa, a sátira através do cartune e o alargamento geográfico da distribuição, mas sobretudo a aproximação aos mais jovens, em todas as dimensões do jornal, foram algumas das ideias defendidas nas intervenções de António Saraiva, Costa Brites, José Sarmento, Teresa Rodrigues, Rui Fernandes, Celeste Garção, Bianca Matos, Santinho Antunes, Carlos Sêco, Catarina Albuquerque, Paulo Magro e Mário Sol, entre outros.
“Que as gerações futuras possam contribuir para o prosseguimento do jornal”, foram os votos de Osvaldo Rosa, um dos fundadores da Cooperativa e que há perto de 80 anos esteve igualmente na criação do Clube Desportivo Lousanense, em cuja equipa jogou como guarda-redes.
Recordar amigos de outrora
Cumprindo o que já vem sendo tradição, a festa de aniversário teve também o propósito de evocar os amigos e colaboradores que já partiram, gesto que desta vez incluiu um minuto de silêncio em sua memória. Pedro Malta recordou especialmente António Neves Ribeiro e João Poiares de Silva, “que nos deixaram cedo, pelo contributo que ainda podiam dar se cá estivessem, não só ao jornal, mas também à sociedade”, frisou lembrando a “sua capacidade criadora e caráter”.
Por sua vez, o pai de Pedro Malta, João Poiares Malta, dono da Casa Havaneza, na rua do Comércio, “onde as figuras locais do regime iam comprar revistas e jornais”, era “calmo, delicado e de boas conversas, um senhor”, disse Casimiro Simões.
António Malta, um dos irmãos de Pedro, que cumpriu o serviço militar nas zonas de combate, na Guiné-Bissau, “foi também um grande amigo do Trevim”.
“Honremos a memória destes amigos, como a de muitos outros membros desta família cidadã, um projeto intergeracional que temos o dever e o privilégio de continuar”, concluiu o dirigente da Cooperativa.
O programa incluiu a tomada de posse de alguns dos novos membros do conselho editorial que, cumprindo o regulamento do órgão, foi conferida por Pedro Malta, enquanto presidente da assembleia. Depois das intervenções, o convívio continuou pela tarde fora, com direito a merenda e bolo de aniversário.
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