No dia 4 de novembro, o Rugby Club da Lousã (RCL) comemorou 50 anos de atividade juntando centenas de pessoas.
Este jornal e a Cooperativa Trevim tiveram a honra de participar nos festejos como convidados.
Quando nasce o Trevim, em 1967, talvez José Redondo, um dos sete jovens fundadores desta “voz nova para uma Lousã renovada”, não tivesse ainda em mente apresentar um dia o melão, bola oval que saltita aos ziguezagues, aos seus alunos na Escola Preparatória Carlos Reis.
Tal episódio importante da história do desporto no concelho, quase três décadas após a também marcante fundação do Clube Desportivo Lousanense, este vocacionado para o futebol, acontece seis anos depois de o Trevim chegar pela primeira vez a casa dos assinantes, num tempo em que o jornal praticamente não se vende em banca.
Tanto em 1967, como em 1973, ainda em ditadura, não temos os chamados quiosques na Lousã, muito menos livrarias ou supermercados com escaparates de livros e títulos da imprensa.
Os livros, mesmo os escolares, são comprados em Coimbra, vêm de comboio por encomenda para a Casa Havaneza, por exemplo, onde também o Trevim, na época ainda sem espaço próprio, tem uma sede oficiosa, digamos, já que o dono da loja, o compositor de marchas João Poiares Malta, é pai do primeiro diretor, Pedro Malta.
Envolvendo rapazes, primeiro, depois também raparigas, o RCL começa a marcar pontos na comunidade meio ano antes da revolução do 25 de Abril de 1974, mobilizando ainda muitos amigos e famíliares dos atletas.
Com altos e baixos, naturais na vida das instituições, o Trevim assinalou os seus 56 anos em outubro, escassas semanas antes de o Rugby festejar, com confirmada solenidade e alegria, meio século de brilhantes serviços desportivos ao concelho, ao país e à aproximação fraterna entre diferentes povos e culturas.
O RCL, muito através da “terceira parte”, como José Redondo se refere aos convívios no fim dos jogos, foi mesmo “longe para fazer amigos”, estando essa saga na origem da geminação entre a Lousã e a vila francesa de Prades.
Nestes 50 anos, também a amizade entre o Trevim, cuja Cooperativa só é criada em 1979, e o RCL foi sendo selada graças ao esforço congregador de sucessivos responsáveis das duas entidades, cuja entrega às causas concelhias nos cabe exaltar.
Por isso, no dia 4, como muitos dos presentes no jantar de gala, me emocionei quando José Redondo, fundador e atual presidente da direção do RCL, evocou António Janeiro, ausente da festa devido a doença, pela sua dedicação em anteriores lideranças do clube de Santa Rita.
Meio século é uma conta singular, especialmente fora das grandes cidades.
Parabéns, RCL!
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