Uma exposição de 30 trabalhos alusivos ao 25 de Abril, da autoria de Jorge Rato, vai ser inaugurada na sede da Cooperativa Trevim, na Lousã, no dia 8 de março.
Intitulada “25 de Abril 50 anos depois”, trata-se de um conjunto de 23 desenhos de teor político, cinco colagens e dois postais ilustrados transformados, que “registam impressões do autor sobre as transformações sociais e políticas ocorridas em Portugal num período de 15 anos”, de 1974 a 1989.
Com ligações familiares à Castanheira de Pera, Jorge Rato, de 70 anos, considera-se “um ‘abrileiro’ dos sete costados” que há meio século, com 20 anos, viveu intensamente “o momento feliz e libertador” do derrube da ditadura fascista.
“Já tinha nessa altura alguns anos de traquejo na luta política. A guerra colonial constituiu um fortíssimo fator de mobilização e radicalização políticas para os liceais e estudantes universitários”, afirma ao Trevim.
A caricatura social e de costumes, através do desenho, “apareceu como um hobby natural” desde a sua adolescência.
O artista recorda ter sido “com uma consciência apurada” que viveu, em Lisboa, a transformação do Portugal do tempo de Salazar e Marcelo “num país democrático, aberto ao mundo, bem mais decente e com liberdades”.
As 30 obras de Jorge Rato podem ser apreciadas até 24 de março, sendo apenas uma parte de um conjunto maior que já antes, desde 2008, esteve exposto em Lisboa, Castanheira de Pera e Mindelo, em Cabo Verde.
A iniciativa “25 de Abril 50 anos depois” está integrada nas comemorações dos 45 anos da Cooperativa Trevim, fundada em 3 de março de 1979, e dos 50 anos da Revolução dos Cravos.
Entretanto, a entidade proprietária deste jornal apoia mais uma vez o Jantar da Fraternidade, tributo a Zeca Afonso cuja décima edição se realiza esta sexta-feira, 23 de fevereiro, no salão do Rancho da Ponte do Areal, com a participação de três músicos da Brigada Victor Jara, Manuel Rocha, Luís Garção e Ricardo Grácio, além de João Queirós, Arménio Santa e Ramiro Simões.
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