Momento histórico que ficou também conhecido como Revolução dos Cravos, o 25 de abril de 1974 marcou o fim de 48 anos de ditadura em Portugal, permitindo a transição para a democracia, agora feriado e Dia da Liberdade.
Nestes 50 anos, o país passou por mudanças significativas em várias áreas e as mulheres puderam desempenhar um papel fundamental neste processo de transformação.
A revolução trouxe consigo uma série de mudanças políticas, sociais e culturais.
Portugal deixou para trás o regime autoritário do Estado Novo e iniciou um processo de democratização e modernização.
Foram estabelecidas instituições democráticas, como a Assembleia Constituinte, escolhida nas primeiras eleições livres, no 25 de Abril de 1975, que elaborou a nova Constituição da República, em vigor desde 1976, garantindo direitos fundamentais e liberdades individuais.
Neste contexto de mudança, as mulheres também viram transformações significativas nas suas vidas.
Durante o regime de Salazar e Caetano, enfrentavam muitas restrições em termos de direitos e oportunidades.
A sua participação na vida pública e política era quase nula e muitas vezes eram relegadas a papéis tradicionais de cuidadoras e donas de casa.
Graças ao 25 de Abril, as mulheres portuguesas começaram a conquistar maior visibilidade e mais participação em todos os setores da sociedade.
A Constituição de 1976 reconheceu a igualdade de género como um princípio fundamental, abrindo caminho à adoção de políticas e legislação que promovam a igualdade de oportunidades entre homens e mulheres.
Nas décadas seguintes, as mulheres em Portugal têm vindo a alcançar avanços significativos em termos de educação, emprego, participação política e direitos reprodutivos.
Hoje, são mais as que ocupam posições de destaque em áreas como política, negócios, ciência, cultura e desporto, entre outras.
Apesar do progresso alcançado, ainda há desafios a serem enfrentados em relação à igualdade de género em Portugal.
Disparidades salariais, representação política desigual e violência de género continuam a ser questões importantes que exigem atenção e ação contínua da sociedade e das autoridades.
Em suma, o 25 de Abril não só marcou o fim do fascismo, mas também o início de um processo de transformação e democratização no qual cabe às mulheres um papel crucial.
A luta pela igualdade de género continua a ser um aspeto fundamental deste processo, reconhecendo e valorizando as contribuições das mulheres para uma sociedade desenvolvida.
Luísa Pinto Ângelo, diretora do Trevim
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