Osvaldo Rosa, ex-presidente da direção da Cooperativa Trevim e colaborador deste jornal, morreu aos 97 anos, no dia 26 de março, deixando para trás uma vida dedicada à causa associativa.
Nascido na rua Pires de Carvalho, na Lousã, em 17 de agosto de 1927, Osvaldo Duarte Rosa foi fundador e sócio nº. 1 do Clube Desportivo Lousanense (CDL), no qual desempenhou várias funções e jogou futebol na posição de guarda-redes, entre 1945 e 1955. Osvaldito, como era acarinhado pelos adeptos do CDL, “não foi apenas um pilar fundamental na fundação e desenvolvimento do nosso clube, mas também um exemplo de paixão e compromisso com o desporto local”, salientou a agremiação desportiva, atualmente liderada por Pedro Azevedo.
“A sua contribuição transcendeu as quatro linhas, inspirando gerações de atletas e adeptos”, referiu na nota de pesar.
O CDL homenageou Osvaldo Rosa em campo, num jogo contra o Académico das Gândaras, no dia 30.
“O Osvaldito do Clube Desportivo Lousanense” é o título de um documentário produzido por Carlos Sêco para o Trevim, em torno de uma conversa com Osvaldo Rosa, que registou recordações na primeira pessoa, desde o futebol à política, de alguém que muito se dedicou também a este jornal.
Em 2019, a propósito dos 40 anos da Cooperativa, cujos órgãos sociais integrou entre 1981 e 2011, Osvaldo Rosa disse estar “orgulhoso por, embora modestamente, ter feito parte da sua vida”.
Esteve também na criação da Associação de Caçadores, em 1983, e da Marcha dos Cinco Lugares, em 1989, a cujas direções presidiu, dedicando-se “de corpo e alma à preservação das tradições e à união das pessoas”.
Nas redes sociais, a Marcha recordou o seu “empenho, rigor, verticalidade e espírito comunitário que deverão ser um exemplo para todos”.
Na política, destacou-se na oposição ao fascismo, integrando a comissão local de apoio à candidatura do general Humberto Delgado à Presidência da República, em 1958, e depois a estrutura concelhia da Comissão Democrática Eleitoral (CDE), em 1969.
Após o 25 de Abril de 1974, como militante do PCP, foi membro da Assembleia Municipal da Lousã, pela APU e pela CDU, além de presidente da mesa da Assembleia de Freguesia de Vilarinho, entre 1979 e 1982.
Num texto conjunto, a Assembleia e a Junta de Freguesia de Lousã e Vilarinho
recordaram o antigo autarca, exaltando o seu “exemplo enquanto cidadão”,
Osvaldo Rosa fundou, com outros sócios, a Electro Instaladora, empresa na área dos materiais e serviços elétricos, tendo trabalhado durante décadas na Companhia Eléctrica das Beiras (CEB) e depois na EDP, na Lousã e em Coimbra.
Viúvo de Deolinda Gonçalves, deixa uma filha, Beatriz Rosa, e dois netos, Ana Filipa e João Tiago.
Osvaldo Rosa foi sepultado no cemitério de Vilarinho, no dia 27, após uma última despedida, na capela mortuária da Igreja da Lousã, onde estiveram amigos, familiares, dirigentes do PCP e representantes das instituições a que esteve ligado. Um deles foi José Nobre Quaresma, que leu um texto de homenagem em nome da Marcha e uma poesia, que terminou com o verso “até sempre, Osvaldo Rosa”.
Nota de pesar da Cooperativa Trevim
A direção da Cooperativa Trevim e este jornal expressam enorme pesar pelo falecimento do amigo Osvaldo Rosa, que durante décadas, com impar generosidade e abnegação, desempenhou diferentes cargos na nossa instituição.
Este sentimento de perda é partilhado pelos restantes órgãos sociais da Cooperativa, tendo as qualidades humanas e cívicas do nosso cooperador sido unanimemente realçadas pelos sócios na última reunião da assembleia geral, realizada no dia 29.
A toda a família e amigos próximos de Osvaldo Rosa, apresentamos as mais sentidas condolências.
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