Deixem-me contar-vos uma história que talvez toque os vossos corações, porque é a história de alguém como vocês, alguém que luta todos os dias para fazer a diferença.
Era uma vez uma mulher chamada Ana, uma enfermeira dedicada, que trabalhava num Hospital Central muito movimentado.
Ela foi sempre abnegada, apaixonada pelo que fazia, mas com o passar do tempo, começou a sentir-se esgotada, como se a sua energia fosse lentamente a desaparecer. As longas horas de trabalho, a pressão constante, a sensação de que ninguém reparava no seu esforço — tudo isso foi pesando no seu corpo e na sua alma. Ela notou que tinha dificuldades em concentrar-se, dores de cabeça frequentes e até dificuldades para dormir, noites em que o cansaço parecia não querer deixá-la descansar.
Um dia, Ana ouviu falar que a Organização Mundial da Saúde (OMS) tinha reconhecido o «burnout» como uma doença, um estado de exaustão física e mental causado pelo trabalho. Naquele momento, ela parou e pensou: será que estou a passar exatamente por isso? Será que toda a dedicação, toda a luta diária, está a cobrar um preço demasiado alto?
Foi aí que Ana descobriu algo importante: o «burnout» não é uma fraqueza, mas uma resposta do nosso corpo e da nossa mente a um excesso de esforço, a conflitos no ambiente de trabalho, à sensação de falta de controlo e à dificuldade de equilibrar a vida profissional com a pessoal. E ela percebeu que, se não cuidássemos de nós mesmos, essa exaustão poderia tornar-se uma prisão difícil de escapar.
Então, Ana decidiu agir. Começou a estabelecer limites, a separar o trabalho da sua vida pessoal, a procurar apoio nos amigos e na família, e a dedicar-se a pequenas coisas que lhe traziam alegria — uma caminhada ao ar livre, uma alimentação mais cuidada, momentos de silêncio para si. E, aos poucos, ela foi sentindo a sua energia a regressar, a sua motivação a reacender-se. Sentiu-se mais forte, mais viva. E, com coragem, partilhou a sua experiência com colegas que também estavam a passar por momentos difíceis, incentivando-os a procurar ajuda, a não se deixarem vencer pelo cansaço.
A história de Ana é um lembrete de que todos nós merecemos uma vida equilibrada, cheia de saúde e bem-estar. Que cuidar de nós mesmos não é um ato de egoísmo, mas uma necessidade. Que estabelecer limites, procurar apoio e ouvir o nosso corpo são passos essenciais para evitar ou superar o «burnout».
Lembre-se: todos merecemos uma vida plena, feliz e saudável. Cuide de si!
Luísa Pinto Ângelo
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