O sorriso pronto de Lucinda Ventura, sempre recetivo a auxiliar e a aconselhar, não está mais entre nós. A colaboradora do jornal Trevim da freguesia de Casal de Ermio faleceu este domingo, dia 28, aos 74 anos, vítima de doença.
Além de notícias locais, escrevia textos de opinião sobre temas da atualidade, sobretudo relacionados com problemas sociais que a preocupavam. Sempre atenta ao próximo, cedo se envolveu em grupos católicos, com destaque para o movimento Jocista, do qual foi dirigente nacional. Chegou a ser catequista, primeiro em Lisboa, cidade onde nasceu, e mais tarde, na Igreja de Casal de Ermio, freguesia do concelho da Lousã onde fixou residência, em 1981.
A sua participação na vida pública não se ficou por aqui. A convite do PS, envolveu-se na política local, tendo cumprido 27 anos como Secretária do executivo da Junta de Freguesia de Casal de Ermio, acompanhando os mandatos dos presidentes Fernando Ventura, Mário Pedroso e José Humberto. Integrou também a direção do Centro Social local e, na Lousã, foi co-fundadora da Associação Didática e Recreativa Arte e Saber (ADRAS), onde era secretária da Assembleia Geral.
Profissional de seguros, dedicou-se em paralelo à vida empresarial, mantendo um comércio de produtos alimentares e ervanária na vila da Lousã (“Polimercado”), ao mesmo tempo que desenvolveu outras iniciativas empreendedoras, participando na criação do turismo rural “Casa da Eira” e da empresa “Apimel”, produtora e comercializadora de vários tipos de mel, galardoada a nível nacional. A sensibilidade de Lucinda Ventura evidenciou-se também na vertente literária, em especial na poesia. Rimar era, para si, tão natural como respirar. Escrevia todos os anos a letra para as Marchas de São João de Casal de Ermio e publicou dois livros de poesia, “Amanhecer” e “Ao Sabor do Tempo”, tendo deixado vários rascunhos de um terceiro. Casada com o apicultor e ex-autarca, Fernando Ventura, Lucinda tem dois filhos, três netos e muitas amizades entre quem teve a oportunidade de se cruzar consigo. As cerimónias fúnebres decorreram esta quarta-feira, dia 1 de Julho, na Igreja Matriz da Lousã. À família enlutada, Trevim endereça sentidas condolências.
Maria João Borges
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