Fundada em 1995, a Associação Filarmónica Serpinense (AFS) assinalou a 4 de outubro 25 anos de atividade, um feito de relevo e importância concelhia, especialmente quando se fala de uma das bandas mais jovens do país.
A Escola de Música Juventude Serpinense, como foi chamada até 1999, conta hoje 32 músicos ativos mas ao longo de duas décadas e meia já por lá passaram um total de 85. A aprender música, na sua forma teórica e prática, estão atualmente nove alunos, que esperam um dia vir a integrar a filarmónica.
Amélia Vicente, presidente da direção da AFS desde 2016, reforça a importância deste aniversário, como forma de “comemorar todos os laços de amizade e reconhecer o esforço e o empenho de todos os que mantiveram viva a associação”. Aqui se incluem os fundadores, sob a liderança de um amigo de Serpins, já falecido, José Rodrigues Caetano, associados, as diferentes direções “pela disponibilidade e empenho em criar boas condições para a associação”, pais e encarregados de educação “que decidiram ver os seus filhos vestir com responsabilidade, a farda da AFS” e “todos os serpinenses que reconhecem, acompanham e aplaudem a sua banda”.
Também os professores e maestros “que deram o seu labor e formaram as fileiras de 25 anos de instrumentistas”, os músicos “que sentem o prazer de fazer música, o orgulho de vestir a farda, o respeito pelo trabalho, por vezes duro, nas romarias embandeiradas e nas caminhadas exigentes” e também “os mecenas, beneméritos e entidades governamentais locais que aplaudem a AFS com financiamentos e donativos”.
Com o “emocionante” desafio que abraçou há quatro anos, Amélia Vicente tem “crescido enquanto pessoa”, sobretudo no que respeita à envolvência com adolescentes e jovens, na área da música, e à colaboração para seu o desenvolvimento cultural e cívico. “Enquanto me permitirem, estarei com “eles”, salienta.
Nesta ocasião, Fátima Jardim, anterior presidente da direção, felicita igualmente os fundadores, dirigentes, maestros, e músicos salientando “o empenho de todos estes jovens e menos jovens que semanalmente arranjam tempo para os ensaios e para as saídas, levando o nome de Serpins para diferentes locais”. E que “venham mais 25!”
Pandemia provoca dificuldades financeiras
À semelhança de outras associações sem fins lucrativos, também a AFS está a passar por dificuldades financeiras, como consequência da pandemia, uma vez que está “completamente parada”. Estando a “passar uma fase de controlo de contas mais rigorosa” continuam a trabalhar para “não prejudicar o capital humano e profissional existente”
Embora não atue em público, a banda começou por ensaiar “por naipes” na rua, estando a atualmente a ensaiar no pavilhão do Rancho Folclórico Flores de Serpins, respeitando as normas da Direção-Geral da Saúde. Amélia Vicente acredita que “neste momento difícil que atravessamos, a AFS é um porto de abrigo para muitos a nível emocional e pessoal”.
Em nome da direção, deixa um agradecimento “ao Município, Junta de Freguesia, bem como a Efapel, a manutenção dos apoios, que têm possibilitado manter as despesas”.
Caderneta homenageia 85 músicos
Este ano a pandemia de Covid-19 não permitiu os habituais festejos mas AFS comemorou na mesma. Para além de ter colocado 25 bandeirolas na rua, criou uma caderneta de cromos com as fotografias de todos os que já passaram por aquela banda ao longo destes 25 anos, com a assinatura do criador do projeto cultural A Música Portuguesa a Gostar Dela Própria, Tiago Pereira.
“A memória das gentes só acaba, quando não houver ninguém vivo para fazer as ligações, seja com palavras, fotografias ou filmes. Assim se perpetuam pessoas, instrumentos, histórias, estamos prontos para os cinquenta anos”.
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