Está em curso uma intervenção florestal no talhão 58 da Unidade de Baldio das Hortas com trabalhos de controlo da vegetação espontânea, podas e desramações, controlo de espécies invasoras lenhosas e adensamento de povoamento, a cargo dos Baldios da Lousã.
Esta operação, que abrange uma área de 34 hectares de um total de 35,26, resulta de uma candidatura à medida Melhoria da Resiliência e do Valor Ambiental das Florestas incluída no Programa de Desenvolvimento Rural (PDR) 2014-2020, e tem um custo de mais de 21 mil euros, valor financiado em cerca de 80% (18.393,25€) pelo PDR.
A área faz parte do baldio administrado em regime de associação com o Instituto da Conservação da Natureza e Florestas e a Assembleia de Compartes dos Baldios da Lousã, e é essencialmente constituída por povoamentos de pinheiro bravo, exemplares de carvalho e castanheiros. Ao nível nível do sub coberto arbustivo e subarbustivo encontra-se ocupada por matos (urze, tojos, giestas e silvas) e núcleos de espécies invasoras como a Acácia mimosa e Acácia austrália.
Segundo se lê na documentação do projeto, o objetivo principal “da área de intervenção é o recreio, enquadramento e estética da paisagem, dando especial atenção à valorização de espécies que se irão privilegiar e ao seu porte, e à minimização dos riscos para os utentes da Serra da Lousã”.
Conforme o Trevim verificou no terreno, que se caracteriza por ter um declive acentuado, atualmente estão a decorrer trabalhos de limpeza de matos bem como podas e desramações do povoamento de carvalho com vista ao “melhoramento da qualidade do lenho, evitando a formação de nós mortos e soltos que depreciam a maioria das utilizações do material lenhoso”.
Para a primavera, informou ao Trevim Rita Simões, engenheira florestal ao serviço dos Baldios da Lousã, está previsto o controlo das espécies invasoras, com o arranque de plântulas (indivíduos jovens), corte e pincelagem com glifosato (herbicida de amplo espectro) de acácias com diâmetro inferior a 7,5cm, e descasque de indivíduos com diâmetro superior. A fase final do projeto refere-se a ações de adensamento com carvalhos certificados em algumas zonas do talhão 58, “aproveitando também o que existe de regeneração natural quer da parte de pinheiro bravo quer da partes dos carvalhos e castanheiros”, explicou a responsável.
Pretende-se que a redução de carga combustível através do controlo da vegetação permita reduzir o nível de risco de incêndio florestal naquela que é uma área geográfica classificada de perigosidade Muito Elevada. Poe outro lado, o adensamento do povoamento com espécies autóctones como o carvalho, em algumas zonas que sofreram corte devido à proliferação do nemátodo da madeira do pinheiro (verme microscópico que causa a “doença da murchidão do pinheiro”), deverá promover a biodiversidade local e o desenvolvimento dos espaços florestais.
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