Na encosta da margem esquerda do Rio Arouce havia uma capela escondida por vegetação densa, que voltou a fazer parte da paisagem. A capela é agora visível dos recém-construídos passadiços de madeira que ligam o Cabo do Soito ao Castelo, e foi precisamente durante os trabalhos de limpeza para sua construção que foi “descoberta”.
Segundo informação disponibilizada pela Câmara Municipal da Lousã ao Trevim, que cita relatos recolhidos junto de alguns lousanenes, a capela era de São Saturnino cuja imagem está atualmente na capela de São João, no Santuário da Senhora da Piedade.
“Em tempos anteriores ao século XIX, recebia os defuntos das aldeias serranas (Catarredor, Vaqueirinho, Talasnal, Casal Novo e Chiqueiro), porque vinham de padiola em virtude dos maus caminhos e ali se faziam as exéquias fúnebres, seguindo o funeral para a Lousã, já com o acompanhamento do padre”. Naquela época, “o povo das aldeias não vinha à vila e regressava às povoações”. Mais tarde, “com o rasgar da estrada do Cabo do Soito, passou a fazer-se estas exéquias no cruzeiro que está por cima do santuário”.
Relatou ao Trevim, Rita Simões, engenheira dos Baldios da Lousã, que a equipa de sapadores florestais estava a fazer ações de desmatação “quando foi abordada por um munícipe que referiu que era vantajoso proceder à limpeza da capela que se localizava na encosta”. Depois de dado conhecimento à Câmara Municipal, com a referência de “que a limpeza era de facto uma mais valia para o local e permitia que os turistas avistassem a capela dos passadiços”, a autarquia solicitou então a colaboração dos Baldios para esses trabalhos.
Ainda em resposta ao Trevim, a CML referiu que não estão previstas intervenções de maior dimensão naquela capela, para além das intervenções de limpeza no local e outras situações pontuais de manutenção.
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