A classificação da Serra da Lousã como paisagem protegida é proposta na obra “Áreas protegidas e gestão territorial – O caso da Serra da Lousã”, concebida por dois investigadores da Universidade de Coimbra (UC), Paulo Carvalho e Luiz Alves, ambos residentes na Lousã.
Em articulação com a Agência para o Desenvolvimento da Serra da Lousã (ADSL), a Associação de Desenvolvimento do Ceira e Dueça (Dueceira) encomendou o estudo aos serviços do Departamento de Geografia e Turismo da Faculdade de Letras da UC com o objetivo de avançar com o projeto “Trilhos da natureza da Serra da Lousã”, aprovado e cofinanciado pelo Programa de Valorização Económica dos Recursos Endógenos (PROVERE) iNature – Turismo Sustentável em Áreas Classificadas, explicou ao Trevim uma fonte da Dueceira.
O documento, publicado pela Imprensa da Universidade de Coimbra, pode ser descarregado da internet.
“Trata-se de um estudo sobre este importante recurso ambiental do nosso território, o qual abrange vários concelhos, que se pauta pela caracterização e levantamento das suas especificidades e potencialidades e indicia algumas pistas de atuação e se assume enquanto contributo para definição de uma futura Área de Paisagem Protegida”, acrescentou.
Segundo a associação, com sede na Lousã, “pretende-se a apresentação deste estudo à comunidade, em momento oportuno, por forma a que seja apreciado e reflectido por todos os agentes que interagem com a serra, perspectivando-se deste modo a construção de um dossiê de classificação que vá ao encontro das expectativas de todos os que dela beneficiam e usufruem”.
Municípios e cidadãos têm uma palavra a dizer
“A posterior decisão política no contexto das câmaras municipais para fixar o regulamento da paisagem protegida (…) e, por último, os contributos no âmbito da discussão pública materializam as etapas fundamentais de um processo longo que há de resultar na versão final do estatuto de proteção que se pretende”, de acordo com os geógrafos Paulo Carvalho e Luiz Alves.
Verificando que o valor ecológico da Serra da Lousã “foi já reconhecido” no contexto da Rede Natura 2000, realçam que “a dimensão cultural e estética de uma parte significativa das suas paisagens apresenta uma inegável dimensão patrimonial e de interesse público, o qual permite aos municípios solicitar a classificação”.
Desta forma, as autarquias poderão “assumir, na escala das suas possibilidades e em articulação com os demais agentes e entidades relevantes nesta matéria, a responsabilidade de contribuir para a conservação, proteção e valorização da Serra da Lousã, de acordo com uma visão integrada, capaz de promover ainda um novo modelo de ordenamento e gestão do território em escala supramunicipal”.
O Trevim questionou a atual presidente da ADSL e da Câmara da Castanheira de Pera, Alda Carvalho, sobre os projetos que a associação sem fins lucrativos, constituída em 2015, prevê concretizar este ano, pedindo também a sua opinião acerca desta proposta académica para a gestão futura da Serra da Lousã, não tendo obtido resposta em tempo útil.
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