Uma campanha de angariação de fundos para pagar a sede da Cooperativa Trevim foi lançada durante a festa comemorativa dos 44 anos da entidade proprietária deste jornal, realizada no dia 11 de março, na sede do Clube Recreativo Vilarinhense.
Em 3 de março de 1979, celebrou-se a escritura pública de constituição da Trevim – Cooperativa Editora e de Promoção Cultural, criada com o objetivo de garantir a constituição do jornal, fundado em 1967, mas também de editar outras publicações e organizar eventos culturais.
Mais de quatro décadas depois, a coletividade soma no seu percurso o reconhecimento como instituição de utilidade pública, em 1988, pela importante atividade cultural, cívica e editorial.
São já dezenas de obras publicadas, como os dois primeiros volumes da coleção ‘A Grande Devassa’, da autoria do juiz José Avelino Gonçalves, mas também livros de caricatura, como ‘Cartunes pelo Ramal’ e ‘50 anos com Humor’.
Ao longo da sua existência, a Cooperativa tem igualmente contribuído para a promoção do humor gráfico no concelho e na região, através das várias edições da Festa da Caricatura, iniciativas que têm atraído miúdos e graúdos, além das exposições que promove na sua sede e noutros espaços da Lousã e municípios limítrofes.
Com a participação de mais de 70 pessoas, no convívio em Vilarinho não faltou a música, a cargo do quarteto Carlos Ramalheiro & Amigos, com José Faria, Júlio Sales e João Ramalheiro, que maravilhou o público com a interpretação de vários temas, todos em português, culminando com “Hino do Trevim”, uma adaptação da “Canção da Lousã”.
Também os diálogos e demais intervenções da dupla Carlos Carranca Dias e José Nobre Quaresma, da Barraca Preta, que conduziu o programa, motivaram muitas gargalhadas da audiência.
A surpresa da tarde foi a atuação do Musical Louzan, representado por Laura Magro, Pedro Curvelo, João Ramalheiro e José Marques, ao interpretar o tema ‘Castelo de Arouce’. José Nobre Quaresma declamou as canções ‘Lausus’ e ‘Princesa Peralta’.
No mesmo dia, foi lançada uma campanha de angariação de fundos para pagar a sede da Cooperativa Trevim, num momento em que a instituição enfrenta dificuldades acrescidas face ao recente agravamento dos encargos relacionados com a aquisição do espaço, na rua dos Combatentes da Grande Guerra, a que se juntam os novos problemas que afetam a imprensa, sobretudo a de âmbito local e regional.
Os festejos terminaram em pleno com a atuação da Escola de Concertinistas da Lousã, coordenada por Rita Simões.
O almoço foi preparado pelas amigas Adelina Lobo, Marina Quaresma, Manuela Sousa, Isaura Sequeira e Isabel Santos, a quem a Cooperativa Trevim agradece, estando ainda grata a João Gonçalves Pedro por todo o apoio prestado à concretização do encontro.
“Os jornais não estão a ser apoiados”
Fortunato de Almeida, presidente da direção da Cooperativa, aproveitou o momento para lamentar que “a autarquia da Lousã não siga o exemplo de outras no cumprimento da legislação em vigor”, as quais “publicam nos jornais locais as decisões dos seus executivos e das suas assembleias municipais”.
Neste contexto, o também diretor do Trevim deu como bons exemplos os jornais Mirante e o O Varzeense, que se publicam nos concelhos de Miranda do Corvo e Góis, respetivamente, e cujas autarquias assumem o seu dever nesta área.
Neste momento, salientou Fortunato de Almeida, o Trevim entra em 33% das casas do concelho da Lousã, considerando estar “em primeiro lugar e de longe, de quinze em quinze dias, no ‘ranking’ quer da imprensa nacional, quer regional, à disposição dos lousanenses”.
No entanto, o quinzenário continua “a carecer de assinantes” e de uma maior “aposta dos empresários na divulgação dos seus negócios”.
Também a distribuição do jornal preocupa os dirigentes, em especial “pelo cancelamento de assinaturas invocando atrasos nos serviços dos CTT”, uma situação que a Cooperativa Trevim tem acompanhado de perto.
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