
Já vivo na Lousã desde 2003, e gosto bastante de cá estar. Tem vantagens que não têm preço relativamente a viver em Coimbra, o que seria o mais natural, já que trabalhamos lá e as minhas filhas têm estudado em Coimbra, desde o 5º ano. Mas… mesmo tendo de fazer os kms todos diariamente e acordar mais cedo, não trocava por nada (quer dizer, se me oferecessem um duplex na Quinta da Romeira esquecia tudo o que estou a dizer) a minha varanda ao final do dia, quando há silêncio e posso olhar para as estrelas, enquanto fumo um cigarro. Só de imaginar que teria de viver num sítio com barulho de trânsito até me dá palpitações. É bom ter sossego, poder ir a pé a qualquer lado, conhecer uma ou outra cara e dar os bons dias. No entanto, a minha natureza inconformada não me deixa relaxar totalmente quando me sento à varanda. Há ainda muito por fazer na Lousã, como é natural, tudo precisa de avanço, de melhorias, e venho novamente falar disso. O crescimento da população na Lousã não tem sido acompanhado nas estruturas de lazer, de desporto público. Faltam parques com campos de jogos para a utilização livre, abertos, falta um skate parque para os miúdos mais velhos, faltam opções e mais oferta das estruturas de lazer para as pessoas usufruírem do que já existe por exemplo em frente ao Centro de Saúde (poucas máquinas, as que existem já precisam de arranjo em alguns pedais, e as placas de informação com os exercícios já estão ilegíveis).
Agora que se começa a dotar as ruas da Lousã com caminhos, passeios largos, ciclovias, que permitem uma mobilidade maior e mais segura, para onde é que elas levam? O que é que leva a população a pegar numa bicicleta e percorrer os caminhos? Dar a volta ao bilhar grande e retornar a casa? A Serra é linda, as aldeias serranas, um sonho, o Burgo, belo, mas não podemos caminhar todos serra acima, é impraticável. Precisamos de lazer cá em baixo!
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