In ‘Aguas de Pedra’
Deixaste o teu torrão na esperança
De uma vida mais digna, mais segura
À custa do trabalho e confiança
De quem sempre sabe o que procura.
A coragem repassada p’las saudades
São contrastes pela vida ordenados
Reforçando ao emigrante as qualidades
A viverem de mãos dadas agarrados.
Mas o sangue lusitano a fervilhar
No desejo de alcançar vida melhor
É português demonstrando a trabalhar
Nas obras carimbadas com suor.
Enxuga a tua lágrima pendurada
Que te ornamenta o rosto vida fora
Quebrando, apesar d’envergonhada
Se diz que um homem nunca chora
Ri também e alegra o coração
A vida é bela e vai continuar
Que por chorar e rir não há razão
A temer qualquer imposto p’ra pagar.
Augusto Simões
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