José Redondo
Perdi um dos meus melhores amigos, Rui Cunha Simões Fernandes, com quem mantive um convívio quase diário ao longo de mais de 50 anos.
Homem de um extraordinário humor e um crítico acérrimo de tudo o que dizia respeito à sociedade.
Possuía uma enorme inteligência e perspicácia para resolver problemas, quer da vida pessoal e da família, quer dos amigos, quer da empresa que tão bem geriu, a Telomir, e da vida social lousanense.
Tive o prazer de ele estar comigo em inúmeras realizações. E se as recordo é porque sempre senti que sem ele as diversas comissões onde estivemos não teriam funcionado da mesma maneira. Colaborava sempre ativamente, sem nunca querer protagonismo.
Recordo, por exemplo, o seu trabalho nas Festas de Verão, de 1966 e 1967, no Parque Carlos Reis, no Rancho Infantil da Papanata, na fundação do Trevim, nos Jogos Sem Fronteiras, na Santa Casa da Misericórdia, onde foi provedor, na geminação da Lousã e Prades, criando elos excecionais entre famílias dos dois municípios.
Tive a enorme felicidade de durante mais de 30 anos tomar café com ele às 09:00 da manhã. E era aí que eu conheci a verdadeira personalidade dum homem que sempre viveu na sombra.
Dos amigos que muito me ajudaram a manter o Rugby da Lousã de pé, ele foi sem dúvida o mais importante.
Às segundas-feiras, aturava o meu mau humor pelas ‘cabazadas’ que tantas vezes o clube sofria.
Ele sabia com meia dúzia de palavras transformar um mau momento numa risada.
Aquilo que considero mais importante entre nós foi a fortíssima ligação entre ele e o meu Pai, que nutria pelo Rui uma enorme amizade e consideração.
Quando havia alguma questão entre nós, e foram naturalmente muitas, lá ia ele à loja do Rui desabafar, sabendo que no dia seguinte este analisaria tudo comigo.
Quem sabe se as várias empresas que ajudei a construir com o meu Pai existiriam sem a preciosa colaboração deste mediador de exceção.
Que descanse em paz.
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