“Caiu o pano” sobre o quinto Congresso dos Jornalistas realizado recentemente em Lisboa. Diretores, jornalistas, políticos no ativo e alguns já desativados e especialistas defenderam o jornalismo enquanto “pilar da democracia”.
Acompanhei pela Televisão e pela imprensa escrita – neste caso colecionando abundantes recortes dos jornais – para tentar entender qual o motivo que levam os experts acima indicados a defender, ou não, se “O Estado deve financiar os media”. Para “memória futura”.
Creio que todos foram unânimes em pugnar por uma sociedade livre, plural e aberta, que deve estar no cerne da atividade de um jornalismo enquanto “bem público”. Depois, “caiu o pano”.
São conhecidas e sentimos na pele, as dificuldades que a Imprensa em geral atravessa, num momento em que se vão celebrar cinco décadas de uma imprensa liberta das grilhetas da censura e que precisa de condições que lhe permitam responder com êxito às ameaças que, pela via económica, do populismo e da desinformação, a condicionam.
Recordo que a API – Associação Portuguesa da Imprensa de que somos associados, apresentou uma proposta de Orçamento do Estado para 2024, em que apontou 7 medidas que considerou “prioritárias de apoio à comunicação social”:
- Majoração em 20%, em sede de IRC, da publicidade efetuada por privados
- Incentivo à modernização tecnológica e inovação
- Literacia mediática e incentivo à subscrição de assinaturas
- Aumento do porte pago (incentivo à leitura)
- Criação de uma entidade de suporte ao Governo para a comunicação social
- Compra antecipada de publicidade
- Apoio ao transporte de longo curso se jornais e revistas
Será que no ano em que se comemoram os cinquenta anos da Revolução dos Cravos, a Assembleia da República que vai emergir das eleições de 10 de março se vai ocupar desta temática e apresentar um conjunto de medidas que possam contribuir para o setor dos media defender mais e melhor o seu papel enquanto garante de uma sociedade democrática?
Cláudia Maia presidente, em representação da DECO, da AP-Associação Portuguesa da Imprensa e diretora de publicações/DECO/Proteste, referindo-se à imprensa local, alerta que “é preocupante que mais de metade dos concelhos em Portugal é ou está na iminência de se tornar num deserto de notícias, ou seja, não ter quaisquer jornais ou rádios aí sedeados”. Rádio, lembro, a Lousã já teve.
Quanto a nós, no Trevim, carecemos de mais assinantes que nos ajudem em termos de massa crítica e da sua assinatura.
Lembramos aos empresários que o nosso índice de penetração nos domicílios do Concelho da Lousã é de cerca de 33%. E que estamos sempre disponíveis para acolher e divulgar os seus produtos e serviços. E até a ajudar na conceção/grafismo dos seus anúncios.
A Lousã e os lousanenses em geral podem e devem assegurar a continuidade deste projeto já a caminho dos 57 anos. E a garantir a sua sustentabilidade.
Nós, para além das profissionais que o servem, fazemo-lo voluntária e benevolamente, enquanto dirigentes. Outros colaboradores fazem-no também graciosamente, em algumas vertentes de que o jornal necessita.
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