O Dia Internacional das Cooperativas comemora-se no primeiro sábado do mês de julho. E, como tal, este ano não foi exceção. A efeméride ocorreu no dia 3. E então?
Promovida pela ConfeCoop (Confederação Cooperativa Portuguesa), esta conferência online, sob o lema Rebuild Better Together, foi coordenada por Joaquim Pequicho, seu diretor executivo.
Após várias brilhantes comunicações, das quais vos darei nota na próxima edição do nosso jornal, eis que surge Rogério Cação, com um olhar da pessoa mais bondosa deste mundo, enaltecendo o perfil do cooperador, como pessoa valente e de peito aberto, optando pelo humano, mesmo sem capital.
A cooperação existe nas crianças, disse, e deve ser estimulada desde o pré-escolar. Daí a criação de um Jogo Cooperativo para crianças, uma espécie de Jogo da Glória adaptado ao cooperativismo, que muito contentamento lhe traz.
Defensor de ousadias novas, com semblante cansado, mas não da vida, referiu que esta pandemia veio expor as nossas fragilidades, tendo-nos confrontado com o inesperado. Embora não estivéssemos preparados, fomos superando a situação numa lógica de acreditar. E a fase de reconstrução irá ser feita numa lógica de conjunto.
Relembrando Rui Namorado, realçou que o cooperativismo é uma constelação de esperanças. Afinal, de vontades comuns.
E terminou, fazendo uma leitura perfeita de um poema que, por também ser um dos meus favoritos e por ter tanto, mas tanto sentido, aqui, faço questão de partilhar com os leitores:
O Sonho
Pelo sonho é que vamos,
Comovidos e mudos.
Chegamos? Não chegamos?
Haja ou não frutos,
Pelo Sonho é que vamos.
Basta a fé no que temos.
Basta a esperança naquilo
Que talvez não teremos.
Basta que a alma demos,
Com a mesma alegria, ao que é do dia-a-dia.
Chegamos? Não chegamos?
- Partimos. Vamos. Somos.
Sebastião da Gama
Três dias depois, tomava eu um café, algures na Lousã, folheando um jornal, sem preocupações de emoção, quando leio: Rogério Cação, um dos maiores defensores da emancipação da pessoa com deficiência e um dos fundadores do movimento cooperativo das Cerci, morreu no dia 6 de julho, aos 65 anos, de doença prolongada. Professor de educação especial, desde sempre esteve ligado ao apoio social, em particular da deficiência intelectual.
Maria Laranjeira
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