Augusto Simões
Os Túrdulos da Bética, povos de Conímbriga Romana
Fundiram no Império a forma de viver nesta cidade
Sendo ao tempo a mais forte nesta terra Lusitana
Então sujeita às guerras e actos de barbaridade
Diz-se que depois d’uma tremenda invasão
Com muitos ferros e lanças apontadas
Havia muitos homens estendidos pelo chão
E cavaleiros que perdiam as montadas.
Foi então que depois de acreditar estar perdido
Resolveu fugir o Rei Arunce mais a filha
Cavalgando em busca deste lugar ‘scondido
Procurando abrigo na montanha que perfilha.
E logo construiu o seu castelo que serviu
Para defesa sua e da filha Princesa Peralta
Que sempre acompanhou o pai e lhe pediu
Um oratório do qual sentia muita falta.
Voltou então pr’á guerra o Rei, mas ordenou
A guarda dos tesouros aos soldados e da Princesa ao aio
Riquezas que se diz, Sertório em Évora cobiçou
Surpresa por Estela, a formosa rezava no nicho de S. Paio
Volvidos que são os tempos e assim passada
A história do Castelo e antiga povoação
Em 943 já é falada
Ente Zuleima e o abade Mestúlio de Lorvão.
E terá o moçárabe conde D. Sisenando restaurado
Tudo o que à volta de Coimbra eram fortalezas
No condado Lusitano fortemente ameaçado
Por mouros que invadiam as futuras terras portuguesas.
Veio Afonso Henriques grande rei
Mil cento e trinta e seis já reconhece
Arouce e a seguir a nova grei
Na Lousã independente que floresce.
Esta crónica poética inspira e desafia o leitor a avançar o mais possível no conhecimento das formidáveis famílias que estiveram por aqui, terra nossa que avaliamos escassamente no nosso dia a dia.
A História servida assim, fica muito mais variada e profunda do que foi na realidade aventurosa de antanho.
Oxalá possamos dar ao nosso dia a dia a verdade pitoresca que mereça ser contada, passados outros tantos anos, com a mesma graça e vivacidade narrativa.
Abraço e muito obrigado pelo momento inspirado de Augusto Simões.
(..vamos ler de novo a narrativa que nos ofereceu!…)