De facto, alguns artigos que vou lendo, escritos por autores do Poder Local e do Poder Central, levam-me a crer que vivo na Disney e não sabia. Isto porque, não foi um, nem dez artigos que evidenciam a maravilha das políticas públicas do Partido Socialista, seja na Lousã ou em São Bento.
Como tendo a tornar costume, evidencio o motivo e explano as diversas parecenças. Portanto, torna-se fácil de acompanhar as ideias, mesmo para àqueles que ainda não tiveram essa experiência.
Atenção, contém “spoilers”.
Pagamos impostos altíssimos e estamos na fila do Serviço Nacional de Saúde com excedentes de espera históricos, ou então, se não queremos esperar tanto, pagamos por um bilhete diferente, para acesso a filas privadas, que são, sem comparação, muito mais rápidas.
Há determinados brinquedos, que ao chegar para “embarcar”, temos que voltar para trás, porque não há técnicos disponíveis para nos acompanhar. De certa forma, faz-me lembrar o estado da educação, onde muitos alunos (especialmente os com necessidades educativas especiais) não “embarcaram” em determinadas aulas, por falta de técnicos especializados e de professores.
Depois temos a cultura, o parente pobre que muitos desprezam, só ligam ao fogo de artificio, porque em comparação ao investimento em outros setores do parque de diversões, a Cultura nem vale o dinheiro que gastámos e/ou o tempo que vamos perder. Podemos ainda comparar os restaurantes e espaços de alimentação da Disney. Pagamos uma quantia que, face a outros países (calculando a sua média de custo de vida e orçamentos) não comemos muito. O que também se reflete nos supermercados, deixamos meio ordenado e trazemos meio carrinho cheio, ou meio vazio, depende sempre da perspetiva.
A agricultura também não é muito o forte da Disney, é para quem entende, parece o setor da cultura, meio desvalorizado, leva-me a crer que o gerente não entenda muito da matéria…
Para que não se vá ao engano, também não podemos entrar com bicicletas, não vá algum visitante ficar chateado, porque tocaram-lhe na mochila. Mas verdade seja dita, os brinquedos funcionam e sabem onde construir os parques, o que não acontece nem com a TAP, nem com o aeroporto.
Enfim, vão se denotando algumas parecenças, vivi 20 anos para perceber que havia duas Lousã’s, a real e aquela que os supramencionados descrevem. Ainda assim, creio que não seja só eu o distraído, penso que o cidadão comum, o lousanense com rendimentos comuns, muito a baixo das médias Europeias, também viva na Lousã que eu vivo, naquela onde a fábula contada pelo Partido Socialista é apenas sentida no seu mundo fictício de sucessão de PowerPoints.
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