A ideia da responsabilidade social (RS), não é nova. Já na década de 20 do século passado, Henry Ford defendia que as empresas deveriam participar no bem-estar coletivo. Chegados ao século XXI, este tema é considerado cada vez mais importante e, nos nossos dias, todo o tecido empresarial é chamado a incluir nas suas práticas um contributo para o desenvolvimento sustentável.
Apoiar a cultura, auxiliar os mais desfavorecidos, patrocinar instituições, são apenas alguns exemplos de ações pelas quais as empresas se podem tornar socialmente responsáveis.
As organizações que decidem mudar voluntariamente o seu desempenho de modo a integrar preocupações sociais e ambientais e económicas, traçam um caminho em direção à Responsabilidade Social.
Adotando códigos de comportamento ou de ética para além do que lhes é legalmente exigido, as empresas colocam no cerne da sua atividade as expectativas de todas as partes envolvidas neste processo: fornecedores, consumidores, colaboradores, comunidade, governo e sociedade em geral (stakeholders).
Em linhas gerais a responsabilidade social também é um negócio, porque:
1 – Uma atitude responsável, não só garante a continuidade dos recursos naturais e humanos, como promove a imagem da organização que a promove;
2 – Ao desempenhar um papel em prol da melhoria das condições de vida dos cidadãos, as empresas usufruem de efeitos positivos e são reconhecidas;
3 – A RS não deve ser encarada como um encargo e, sim, como um investimento;
4 – É um investimento da organização na sua notoriedade, no seu sucesso financeiro e nos seus recursos humanos;
5 – Um desempenho socialmente responsável traduz-se em impactos positivos e diferenciadores na imagem e reputação das empresas;
6 – A motivação e atração sobre os recursos humanos são outros dos benefícios que advêm da responsabilidade social;
7 – A RS pode ser rentável e tem implicações no reforço da relação dos consumidores com a marca;
8 – As empresas sensíveis a esta matéria, poderão aumentar a satisfação e a fidelização dos seus empregados e, provavelmente, a sua produtividade;
9 – O retorno em notoriedade e reputação poderá manifestar-se num aumento da atração do investimento;
10 – Figuras públicas do espetáculo, da moda, do desporto, da arte, dos media, não hesitam em emprestar o seu nome à defesa e promoção de causa justas, com benefícios mútuos.
E a RS deve divulgar-se, porque:
1 – É um conceito abrangente que implica todo o processo de produção e comercialização da empresa que o pratica;
2 – Os consumidores têm de conhecer que, embora as empresas vendam um produto ou um serviço associado a uma causa justa, os lucros revertem em parte ou na totalidade, para essa causa;
3 – Nesta matéria, os meios de comunicação têm um papel de significativa importância, dado constituírem o veículo de divulgação por excelência;
4 – As figuras públicas de vários setores da sociedade, acarinhadas e respeitadas pelo público e pela comunicação social, que manifestam simpatia pelas causas a defender e participam em peças de publicidade são, igualmente, meios poderosos de promoção das ações;
5 – A Responsabilidade Social tanto se exerce no interior como se projeta para o exterior das empresas. É essencial o compromisso entre as empresas e os seus colaboradores, mas também com a comunidade onde se insere, com o meio ambiente que a rodeia e o desenvolvimento sustentado, para além da ética.
Todos estes fatores, desenvolvidos de uma forma harmoniosa e coerente, reforçam a função social das empresas, tornando-as credoras da admiração e simpatia e, quiçá, a levarem muitos consumidores a alterarem as suas opções de compra, privilegiando-as.
Fortunato de Almeida, diretor do Trevim
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