Miguel Xavier, engenheiro biomédico natural de Guimarães com raízes familiares na Lousã, conquistou uma bolsa individual Marie Curie, no valor de 160 mil euros, com o projeto Gastric, que “consiste no desenvolvimento de um dispositivo miniaturizado para mimetizar o intestino humano e que deverá permitir o estudo da digestão e absorção de compostos ingeridos oralmente”, segundo explicou ao Trevim.
Em virtude da distinção atribuída pela Comissão Europeia, Miguel Xavier, investigador do Laboratório Internacional de Nanotecnologia (INL), em Braga, poderá agora dedicar dois anos à investigação exclusiva desta matéria e terá também a oportunidade de voltar a colaborar com a Universidade de Southampton, no Reino Unido, onde concluiu, em 2018, o seu doutoramento. Por esse trabalho recebeu, em 2017, o prémio “Excellence in Engineering by a Young Researcher” do Parlamento Inglês.
O jovem investigador tem raízes familiares no concelho que remontam ao seu bisavô, José Maria Luís, que residia na Póvoa da Lousã e, apesar de “infelizmente não ter tido o privilégio de o conhecer”, lembra-se bem de visitar a bisavó Felisbela Luís, na casa onde a mãe Helena Xavier e a tia Isabel Santos, passaram muito tempo durante a sua infância.
Miguel Xavier, terminou em 2012 o mestrado em Engenharia Biomédica pela Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto, e aos 30 anos de idade soma já grandes conquistas nos seu currículo, para si, “uma consequência natural da altíssima competitividade que existe hoje em dia nas áreas de investigação em saúde”.
Ao longo do seu percurso académico, foi maturando o gosto pela engenharia biomédica, que como reúne áreas de conhecimento como a biologia, a química, a física, a matemática, e até a electrónica e a computação, uma “oportunidade de contactar com várias disciplinas e também a perspetiva de poder criar algo que tenha um impacto direto na melhoria da qualidade de vida da população” que considera “aliciante”.
Para o investigador é “um motivo de enorme orgulho” ver o seu nome associado a uma bolsa que homenageia Marie Curie, a primeira mulher a receber um prémio Nobel em duas disciplinas diferentes, o da Física em 1903 e o da Química em 1911.
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