Cada vez é mais necessário analisar e reformular os modelos dos sistemas eleitorais existentes, criando outros que conduzam a modelos de governação autárquica mais modernos, mais ágeis e mais fiáveis. Que ajudem a reduzir os índices de abstenção.

Que também provoquem o aparecimento de políticos e dirigentes capazes de, pela sua capacidade de liderança, saber, transparência e trabalho, ganharem o respeito, participação cívica e a mobilização política dos seus concidadãos.
É ao nível autárquico que se constrói a base da vida em democracia, podendo esta ter aqui uma participação mais direta dos cidadãos, como a lei prevê.
A efetiva democracia exige espírito cívico, debate de ideias, combatividade na defesa das convicções e pessoas suficientemente esclarecidas para perceberem que a conivência entre a oligarquia do poder e os interesses instalados, conduz a abusos que a sociedade civil sempre paga.
A democracia só é viável, eficaz e útil para todos, na medida em que a generalidade dos cidadãos compreenda que o parentesco ideológico e a intimidade partidária, não podem beneficiar das violações dos direitos nem do mau uso do aparelho autárquico.
E que os políticos percebam, face ao crescente “apartidarismo” dos cidadãos expresso no forte declínio da população eleitoral que, se no passado a existência de fortes laços partidários tinha um papel mobilizador em termos de afluência às urnas, hoje o enfraquecimento de tais laços ou lealdade, reduz a propensão para participar nos diferentes atos eleitorais.
As próximas eleições autárquicas, a realizar já em 26 de setembro próximo, ajudarão a perceber se o fenómeno de deserção dos eleitores às urnas, se acentua ou não.
E, nesse contexto, qual o papel das redes sociais, prenhe de candidatos a exercer funções políticos pela via eleitoral a circularem por lá, como se a comunicação direta, online, fosse determinante para fazer política, secundarizando a campanha nas ruas e os debates de ideias e projetos.
Lembro que compete às autarquias locais promover ativamente a participação dos cidadãos no processo de elaboração dos seus planos.
Assim, quem for capaz de apresentar, enquanto candidato e durante a campanha eleitoral que se avizinha, para além da mera listagem de intenções, quem faz o quê, quando e como, certamente logrará chamar a atenção pelo rigor, estratégias e objetivos, que procura atingir ao serviço das populações.
Uma hipótese de trabalho que visa o despertar dos munícipes politicamente passivos e que têm tendência a remeter-se a um absentismo político, desinteressando-se da política em geral, e dos atos eleitorais em particular.
Fortunato de Almeida
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