O antigo redator do Trevim Rui Soares morreu no dia 24 de agosto, aos 79 anos.
Oriundo do lugar de Vale de Maceira, o lousanense Rui Carlos Tomaz Soares residia com a família na Fonte Vidal de Baixo.
Estava doente há algum tempo, afastado por isso do dia a dia do jornal da Lousã, do qual foi um dedicado colaborador, quinzena após quinzena, e uma referência marcante da história da Cooperativa Trevim, constituída em 1979.
Ao longo de várias décadas, integrou a título voluntário, sem qualquer remuneração, o corpo redatorial do Trevim, tendo-se destacado na área desportiva, acompanhando em especial os jogos de futebol do Clube Desportivo Lousanense e as provas do Núcleo de Atletismo da Lousã, e como correspondente na zona das Levegadas.
Durante a ditadura fascista de Salazar e Caetano, Rui Soares cumpriu o serviço militar obrigatório numa das três frentes da guerra colonial, em Moçambique.
Na juventude, foi aluno do Externato de Santo António, na Lousã, onde trabalhou na Repartição de Finanças, para prosseguir a profissão em Coimbra, designadamente no balcão tributário da avenida Emídio Navarro.
Depois do 25 de Abril de 1974, com Manuel Nogueira (Manel do Talho) e Carlos Mendes Lopes, entre outros vizinhos, esteve na criação da Comissão de Moradores de Vale de Maceira e com eles se empenhou na construção da nova capela da Senhora da Saúde.
Empenhou-se na luta pela criação da freguesia das Levegadas, que não chegou a ter sucesso, além das atividades da Cooperativa Agrícola.
Envolveu-se na causa dos baldios do concelho e participou igualmente na fundação e nos órgãos sociais da Associação Recreativa, Cultural e Desportiva de Vale de Maceira, cuja sede e campo de futebol de situam no sítio das Cheiras.
Em 1976, com o professor António Maio, o comerciante Luís Torres e outros lousanenses, Rui Soares foi um dos fundadores da então Associação para a Recuperação de Crianças Inadaptadas da Lousã (ARCIL), que mais tarde diversificou as atividades, ajustando a designação oficial à nova realidade e alargando a sua intervenção a concelhos limítrofes.
Após o 25 de Abril, inicialmente afeto ao PS, veio a ser eleito, em 1982, para a Assembleia de Freguesia da Lousã, numa lista da Aliança Povo Unido (APU), coligação liderada pelo PCP, numa época em que os mandatos autárquicos tinham uma duração de apenas três anos.
Colaborou ainda com o Diário As Beiras, de Coimbra, e com o Rádio Clube da Lousã.
Gratos por tudo quanto Rui Soares, com inexcedível generosidade, fez pelo engrandecimento deste jornal e da Cooperativa Trevim, apresentamos as mais sentidas condolências à família, em especial à viúva, Maria Celeste Lopes Fernandes Soares, e aos filhos do casal, Maria da Graça Fernandes Soares e Rui Manuel Fernandes Soares.
A direção da Cooperativa Trevim
A diretora do Trevim
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